É
lugar comum, senso comum, no Brasil, que política partidária e corrupção andam
de mãos dadas e não é de hoje. Ditadura e Democracia no Brasil, mas, não apenas
por aqui, sofrem do mesmo mau. A corrosão dos direitos humanos, sociais, civis
e políticos pela fraude sistemática do direito a representação em nome do lucro
de algumas poucas dezenas de famílias.
Todavia,
a Ditadura, por seu caráter anti-liberdade de expressão, conseguia se proteger
das mazelas que o poder efetivava em nome do lucro e não apenas deste. Já a
Democracia, amante que deve ser da mesma liberdade, e não apenas desta,
possibilita-nos ver e ouvir cotidianamente o que no Brasil parece ter se
tornado rotina no poder.
E,
neste ponto, de rotinização da corrupção de alto a baixo assistimos o País chafurdar
na lama do descrédito eleitoral como meio eficiente e eficaz de fazer um País
melhor. Neste ponto, os casos meritórios devem ser lembrados e Luciana Genro
avisou que seria assim – aumentos e crises – com este ou aquele ou outro partido. Mas era
esquerda demais para a nova ou a antiga classe mediana.
De
santo e puro neste ponto parece nada restar e coloca-se na vala-comum o que
deveria nos guindar à ação por mais democracia. E, aqui, Cristovam Buarque
emerge com uma análise impar – se no impeachment de Collor os políticos foram
recebidos nos braços do povo, hoje, quase todos os políticos seriam vaiados em
praça pública.
O
impeachment proposto para Dilma seve apenas para manter o clima antidemocrático
de terceiro turno, o clima de torcida de futebol para o que deveria ser
participação política. Travestido o cidadão de torcedor “roxo” resta parte das ignorâncias que se vê propalar pelo
empoderamento do faceboocke lancem de ódio de classe e de racismo.
Triste
carnaval que teremos onde em meio a festa de Momo alguns propõem manifestação
pró-impeachment. Tudo se soma para um desastre. Pior ainda, ver uma presidenta
que perdeu a hora de pedir desculpas á nação em cadeia nacional e dizer que
apesar de tudo o Partido dos Trabalhadores não se transformou no Partido dos
Traidores e que a labuta contra a corrupção será diuturna no governo e no
partido que precisa de fato e de direito expurgar os condenados e afastar os em
investigação com provas cabais.
Menos
que isto, a vitória será do projeto de FFHH que tão logo perdeu a eleição para
Lula disse aos do PSDB que precisavam tomar das mãos do PT a bandeira da ética
para retornar ao poder.
Telhado
de vidro enquanto governo. Pedra enquanto oposição. O Brasil quer mais, merece
mais que isto. E para iniciar, além de novas medidas contra corrupção política
e contra o corruptor privado, desculpas seriam bem-vindas. Afinal, dizer que
nada sabia não é mais possível?!