As premissas do Governo Michel Temer
estão equivocadas no que dizem respeito ao bem estar do povo trabalhador
assalariado. Ao alinhar-se ao (neo)liberalismo o desemprego passa a ser uma das
ferramentas de controle da inflação via redução de consumo e, mais que isto,
diminui a pressão por aumento salarial ou direitos trabalhistas. O resultado
não poderia ser outro: desemprego em alta.
Outro fator que colabora para
este desemprego é a ausência de investimento de longo prazo do setor privado.
Não o fazem no Governo Temer, como não o fizeram em governos outros anteriores.
Isso por um cálculo simples ganha-se mais e com menos riscos investindo no
sistema financeiro brasileiro, um dos mais lucrativos e menores riscos do
planeta. Ao fazer grandes obras só as realizam se for via investimento público
o que é uma porta entreaberta para o corrupto e o corruptor, em hipótese.
Apesar dos discursos dos (neo)liberais
afirmarem que a Reforma Trabalhista traria aumento nas vagas de trabalho formal,
no Brasil, após a Reforma o que vemos neste primeiro trimestre de 2018 é
exatamente o contrário. Somamos entre o Governo Dilma Rousseff e Michel Temer chegamos a cifra de mais de
treze milhões e setecentos mil desempregados. Assim, há um vácuo de realidade
entre o discurso (neo)liberal e a prática nua e crua da fome e do desalento
crescentes.
Rodrigo Maia antes da Reforma Trabalhista
asseverava que ao dia seguinte da aprovação haveria reação do mercado com crescimento
do emprego no Brasil. Após a aprovação da Reforma, que foi sancionada pelo
Presidente em julho de 2017, a retomada não ocorreu. Isto levou Maia a afiançar,
em dezembro, que 2018 seria de mais
emprego no Brasil. Não ocorreu. Até aqui
e a equação é simples, os esforços levado a termo pelo governo privilegia o
capital e não o trabalhador. Deste prisma faz-se um discurso e outro é o
resultado na prática.
Vajamos o exemplo da Reforma da
Previdência alardeada por Temer e Maia. Enquanto era o Governo Dilma Rousseff
mais que ser contra de uma possível reforma que favorecesse a estabilidade,
fizeram ajustes que priorizavam o trabalhador em detrimento da realidade dos
cofres públicos do País. Uma vez no poder, não precisando, ou achando que
poderia colocar o povo fora do jogo político, queria impor uma reforma sem
precedentes na redução de direitos dos futuros aposentados e atuais trabalhadores.
Nesta equação pesou também o
desemprego. Como conjectura pode-se
pressupor que o governo esperasse que o desalento dos desempregados minguasse
as reações à reforma. Assim, os números negativos para o cidadão assalariado
eram positivos ao governo e seu projeto de reformas estruturais sem precedentes
para acabar com o Estado inspirado em Vargas.
O quadro real coloca o governo
Temer na lona: apenas 33 milhões de empregados formais sendo treze milhões e
setecentos mil desempregados. Os trabalhadores informais somam dez milhões de
setecentos mil pessoas. Os menores índices desde 2012. Quatro milhões a menos
de pessoas com trabalho. Um golpe na dignidade da pessoa humana de um governo
que se dizia vir para resolver a crise que ele mesmo gestou como meio de
assumir o poder. A crise política-econômica tornou-se maior que seus
fomentadores. O resulto é mais do mesmo os pobres cada vez mais empobrecidos e
aviltados; os ricos cada vez mais indiferentes a situação do povo culpando-o
por sua situação que não encontra espaço na estruturas de Estado e de mercado.
Wlaumir De Souza