sexta-feira, 27 de abril de 2018

O Desemprego no (Des)Governo Temer(ário)

As premissas do Governo Michel Temer estão equivocadas no que dizem respeito ao bem estar do povo trabalhador assalariado. Ao alinhar-se ao (neo)liberalismo o desemprego passa a ser uma das ferramentas de controle da inflação via redução de consumo e, mais que isto, diminui a pressão por aumento salarial ou direitos trabalhistas. O resultado não poderia ser outro: desemprego em alta.
Outro fator que colabora para este desemprego é a ausência de investimento de longo prazo do setor privado. Não o fazem no Governo Temer, como não o fizeram em governos outros anteriores. Isso por um cálculo simples ganha-se mais e com menos riscos investindo no sistema financeiro brasileiro, um dos mais lucrativos e menores riscos do planeta. Ao fazer grandes obras só as realizam se for via investimento público o que é uma porta entreaberta para o corrupto e o corruptor, em hipótese.
Apesar dos discursos dos (neo)liberais afirmarem que a Reforma Trabalhista traria aumento nas vagas de trabalho formal, no Brasil, após a Reforma o que vemos neste primeiro trimestre de 2018 é exatamente o contrário. Somamos entre o Governo Dilma Rousseff  e Michel Temer chegamos a cifra de mais de treze milhões e setecentos mil desempregados. Assim, há um vácuo de realidade entre o discurso (neo)liberal e a prática nua e crua da fome e do desalento crescentes.
Rodrigo Maia antes da Reforma Trabalhista asseverava que ao dia seguinte da aprovação haveria reação do mercado com crescimento do emprego no Brasil. Após a aprovação da Reforma, que foi sancionada pelo Presidente em julho de 2017, a retomada não ocorreu. Isto levou Maia a afiançar, em dezembro,  que 2018 seria de mais emprego no Brasil.  Não ocorreu. Até aqui e a equação é simples, os esforços levado a termo pelo governo privilegia o capital e não o trabalhador. Deste prisma faz-se um discurso e outro é o resultado na prática.

Vajamos o exemplo da Reforma da Previdência alardeada por Temer e Maia. Enquanto era o Governo Dilma Rousseff mais que ser contra de uma possível reforma que favorecesse a estabilidade, fizeram ajustes que priorizavam o trabalhador em detrimento da realidade dos cofres públicos do País. Uma vez no poder, não precisando, ou achando que poderia colocar o povo fora do jogo político, queria impor uma reforma sem precedentes na redução de direitos dos futuros aposentados e atuais trabalhadores.
Nesta equação pesou também o desemprego. Como conjectura pode-se  pressupor que o governo esperasse que o desalento dos desempregados minguasse as reações à reforma. Assim, os números negativos para o cidadão assalariado eram positivos ao governo e seu projeto de reformas estruturais sem precedentes para acabar com o Estado inspirado em Vargas.
O quadro real coloca o governo Temer na lona: apenas 33 milhões de empregados formais sendo treze milhões e setecentos mil desempregados. Os trabalhadores informais somam dez milhões de setecentos mil pessoas. Os menores índices desde 2012. Quatro milhões a menos de pessoas com trabalho. Um golpe na dignidade da pessoa humana de um governo que se dizia vir para resolver a crise que ele mesmo gestou como meio de assumir o poder. A crise política-econômica tornou-se maior que seus fomentadores. O resulto é mais do mesmo os pobres cada vez mais empobrecidos e aviltados; os ricos cada vez mais indiferentes a situação do povo culpando-o por sua situação que não encontra espaço na estruturas de Estado e de mercado.
Wlaumir De Souza

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