“Mito do bom ladrão” e a política
O “mito do bom
ladrão” é uma antiga tradição e agrada aos da direita e da esquerda, os
vermelhos e os azuis, de longa data. Esta tradição tem entre os seus diletos membros São Dimas – aquele que morreu crucificado ao lado de Jesus Cristo , segundo
o Evangelho de São Lucas, e se arrependeu nos últimos instantes de sua vida no
ano 30 -33 d. C., no Calvário em Jerusalém. Dimas significa o que nasceu no por
do sol. No último momento.
De lá para cá
o “mito do bom ladrão” teve diversas interpretações, entre as quais pode-se
destacar a de Robin Hood, século XII ou XIII, também conhecido em Portugal por
Robin dos Bosques, sobre o qual não há confirmação da existência, mas é, na
Inglaterra, um dos maiores heróis havendo um festival que o celebra. Seria
contemporâneo das Cruzadas e do Rei Ricardo, Coração de Leão. Era um dentre os muitos
habitantes do Bosque de Sherwood. Há diferentes versões, mas o ponto central é
que roubava dos nobres para doar aos pobres.
Em hipótese,
pode-se falar ao menos de dois “bons ladrões” no Brasil: Paulo Maluf que tende
a gradar a direita e os azuis, de um lado, e de outro Lula da Silva, que
alarga-se no lado vermelho ou da esquerda.
Maluf se tornou
tão celebre que ganhou expressão própria no malufismo. Neste as suas virtudes
destacava o “rouba, mas faz”, uma crítica às avessas de políticos outros que
roubavam e nada faziam. Para além disto, e por isto mesmo, privilegiava os mais
ricos em plena Ditadura Militar.
Lula, por seu
turno, tornou-se uma ideia por, mesmo que roubando, o que ainda não foi
devidamente comprovado, salvo as interpretações jurídicas que o condenaram, distribuiu
renda ao povo por meio de políticas públicas de seu governo que tiveram
continuidade no governo Dilma.
Assim, o povo
compara os “bons ladrões” de nossa política para escolher em quem votar. Fica a
cor vermelha ou azul no limiar de quem o “bom ladrão” privilegiará na
distribuição dos recursos do Estado, e com isto, apesar da negativa de muito,s
nos tornamos o País da propina desde que bem intencionada e para o lado certo:
o que o “eu” julgador está.
Tanto faz se
ladrão ou não, na prática se votará em quem colaborar com a linha de pensamento
azul ou vermelha. O verde e amarelo pertence aos dois.