De acordo com artigo do Jornal
Diário da Manhã, de 23 de fevereiro de 1961, a Orquestra Sinfônica de Ribeirão
Preto teve origem em 1921. E, assim, completará, em 2021, cem anos. Faltam
apenas três anos. O trabalho deste patrimônio histórico da cidade de Ribeirão
Preto faz com que esta esteja seja segunda mais antiga instituições musicais deste
naipe do País, estando atrás apenas da Orquestra Sinfônica do Theatro do Rio de
Janeiro, fundada em 1909.
Graças ao trabalho de várias
gerações e do esforço contínuo da Associação Musical de Ribeirão Preto, que
data de 1938, o trabalho da OSRP é fonte de regozijo para a população até os
dias atuais. Entre altos e baixos, destaca-se recentemente o trabalho
extraordinário do maestro Roberto Minczuk (1967) que fez desta Orquestra uma
referência internacional. Tive o privilégio de ainda jovem ouvir várias de suas
regências da OSRP. Sonoridade, colorido e entusiasmo não faltam ao brilhantismo
da Orquestra e do maestro em questão.
No dia 11 de agosto deste ano
tive o prazer inenarrável de auscultar a OSRP regida pelo maestro internacional
Knut Andreas com participação do violoncelista André Micheletti como solista.
Noite agradável onde tantas personalidades do campo da música local estavam
presentes para prestigiar a noite.
Foi extraordinário o que se
saboreou nesta noite.
Por outro lado, em meio a
sonoridade e regência extraordinárias, saltava aos olhos, em primeiro lugar, o
quanto está reduzido ao mínimo os músicos da OSRP. Mais que isto, a Instituição
enfrenta grave crise econômica que a assola de larga data. Em meio a esta
crise, onde o atraso de salário é uma realidade contrária ao prazer que
proporcionam os musicistas, ouvimos, nós de Ribeirão Preto, do maestro e do
solista a solicitação de apoio econômico para que a música da Orquestra possa
permanecer viva.
A indignação com a falta de apoio
à OSRP foi manifesta por todos os presentes na forma de aplausos intensos, com
as pessoas levantadas de seus assentos históricos do Patrimônio Histórico do
Theatro Pedro II, às falas em questão.
É urgente que o poder público
municipal apoie, com dotação orçamentária própria, contínua e ininterrupta,
esta OSRP que é símbolo da cultura da cidade. Além disto, escrevo para
solicitar o apoio do empresariado local
e de suas organizações para que o sonho tornado realidade de tantas gerações de
ribeirão-pretanos não se perca no tempo e no espaço.
Todos sabemos que a hora é de crise
econômica, mas, pior que esta é o colapso das instituições culturais, do
patrimônio histórico, que humanizam a memória e a sensibilidade de tantos e
tantas cidadãos. A vida sozinha seria dura demais, precisamos de arte para amar
e sonhar.