sábado, 25 de agosto de 2018

Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto (OSRP)


De acordo com artigo do Jornal Diário da Manhã, de 23 de fevereiro de 1961, a Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto teve origem em 1921. E, assim, completará, em 2021, cem anos. Faltam apenas três anos. O trabalho deste patrimônio histórico da cidade de Ribeirão Preto faz com que esta esteja seja segunda mais antiga instituições musicais deste naipe do País, estando atrás apenas da Orquestra Sinfônica do Theatro do Rio de Janeiro, fundada em 1909.
Graças ao trabalho de várias gerações e do esforço contínuo da Associação Musical de Ribeirão Preto, que data de 1938, o trabalho da OSRP é fonte de regozijo para a população até os dias atuais. Entre altos e baixos, destaca-se recentemente o trabalho extraordinário do maestro Roberto Minczuk (1967) que fez desta Orquestra uma referência internacional. Tive o privilégio de ainda jovem ouvir várias de suas regências da OSRP. Sonoridade, colorido e entusiasmo não faltam ao brilhantismo da Orquestra e do maestro em questão.
No dia 11 de agosto deste ano tive o prazer inenarrável de auscultar a OSRP regida pelo maestro internacional Knut Andreas com participação do violoncelista André Micheletti como solista. Noite agradável onde tantas personalidades do campo da música local estavam presentes para prestigiar a noite.

Foi extraordinário o que se saboreou nesta noite.
Por outro lado, em meio a sonoridade e regência extraordinárias, saltava aos olhos, em primeiro lugar, o quanto está reduzido ao mínimo os músicos da OSRP. Mais que isto, a Instituição enfrenta grave crise econômica que a assola de larga data. Em meio a esta crise, onde o atraso de salário é uma realidade contrária ao prazer que proporcionam os musicistas, ouvimos, nós de Ribeirão Preto, do maestro e do solista a solicitação de apoio econômico para que a música da Orquestra possa permanecer viva.
A indignação com a falta de apoio à OSRP foi manifesta por todos os presentes na forma de aplausos intensos, com as pessoas levantadas de seus assentos históricos do Patrimônio Histórico do Theatro Pedro II, às falas em questão.
É urgente que o poder público municipal apoie, com dotação orçamentária própria, contínua e ininterrupta, esta OSRP que é símbolo da cultura da cidade. Além disto, escrevo para solicitar o  apoio do empresariado local e de suas organizações para que o sonho tornado realidade de tantas gerações de ribeirão-pretanos não se perca no tempo e no espaço.
Todos sabemos que a hora é de crise econômica, mas, pior que esta é o colapso das instituições culturais, do patrimônio histórico, que humanizam a memória e a sensibilidade de tantos e tantas cidadãos. A vida sozinha seria dura demais, precisamos de arte para amar e sonhar.