domingo, 18 de dezembro de 2022

Brinde

 

Brinde

(Wlaumir Souza)

Você chegou até aqui

Parabéns

O mês natalino

Ganhou o melhor mimo

Que Noel e a Divindade

Podem embalar com candura

Estar vivo

É o carinho por excelência

É o trato devocional

Como presente raro

No presente iluminado



 

domingo, 11 de dezembro de 2022

Dezembrite

 

Dezembrite

(Wlaumir Souza)

Dezembro tem ares de festas

Dezembro tem sons de confraternização

Dezembro tem lavras de esperança

Dezembro tem estrondos de amor

 

Tudo para o Natal

Tudo para o Ano Novo

No Natal o nascimento – promessas de Jesus

No Ano Novo o velho que se esvai – gratidão ao Papai Noel

 

Segue em cores mil

De verde, de vermelho, de dourado

Sonhos infantis resilientes

Nos novatos da vida e nos veteranos da experiência terrestre

A euforia faz parte

Quer nas compras

Como no receber presentes

Segue bailando encantada pela melodia

Natalina e de Ano Novo

 

Seguem todos iluminados

A palavra é pisca-pisca de vida

A palavra é esperança radiante

 

Segue dezembrite

Contagiando a todos e todas

Irmanados na perspectiva

De que no novo sempre vem – Natal

De que o antigo deixa presentes – Ano Novo em Papi Noel

Felicidades mil

Todos acompanhados pelo abraço da história

De ser feliz já em dezembro

 


 

domingo, 27 de novembro de 2022

Caninha

 Caninha

(Wlaumir Souza)

A cana plantada

A cana inclinada

A cana cortada

A cana sujeito

 

Para onde foi o sujeito?

 

Humano esgarçado

Humano talhado

Humano esbagaçado

Humano migrado

 

De que lugar é o sujeito?

 

Sujeitado

A-sujeitado

Negado

No açúcar

No anidro




domingo, 20 de novembro de 2022

Bofetada

 Bofetada

(Wlaumir Souza)

Desejar-te é um monólogo

Sincopado

 

Peito em trote

Diálogos monossilábicos

 

Meia? Arrastão

Cusparada sem perdão

 

Bofetada publica

A glória da tradição

 

Negam-te há séculos

Resistes!

 

A ordem te convoca

Por paixão

 

Na esquina?

Na penumbra?

 

Não...

No meio da procissão,

Invisível,

Intima de muitos

Discursos, contra

Atos a favor.

 

Solta?!

Todos confessam

 

A ordem precisa de ti

Profissional mais antiga

 

Dominada

Nas caladas




 

 

 

 

domingo, 6 de novembro de 2022

Ato II

 

Ato II

(Wlaumir Souza)

Depende

Apenas de nós

Embora o pensamento racional

Tenha imposto isto

Como norma

O aquilo

São tantos relacionamentos

Tantas possibilidades

E desejos múltiplos

E entrecortantes

Desejos que negam os nossos

Quê

Bem pouco reta

De apenas eu



 

segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Recíproco

 Recíproco

(Wlaumir Souza)

Agora falta pouco

Lá vem

Com mais promessas

 

Alguns já se cansaram do encantos

Outros ainda têm dúvidas

Gerar o que prometes

Muitos são envoltos pelos braços

E abraços

Deleite

 

Diante aos votos

Desejo a você

Te inspirando

Intensamente

 

Nada

 

Diante do amado

A ausência da partilha

Do abraço intenso

Dos corações ritmados

A respiração

Em uníssono



domingo, 23 de outubro de 2022

Segundos

 Segundos

(Wlaumir Souza)

Teus orgasmos

No meu

O meu

No teu

Simples

Plenos

Assim

 

Sem gêneros

Ou textos

Ou pretextos

Plenos na forma

Livres e profundos no conteúdo

Abre-se a humanidade

Sem limites de natureza

Exauridos na contagem

Regressiva da vida

Pusemo-nos a amar

Descuidados das regras

Como se pode verdadeiramente

Ser no plural e no devir



domingo, 16 de outubro de 2022

Resolução

 

Resolução

(Wlaumir Souza)

Dou-vos de presente

Como sempre me pedistes

Em silêncio

Minha ausência

Além da dor

Depois da tempestade

De sentimentos contraditórios

Da ambivalência existencial

Impares

Foi libertador



domingo, 9 de outubro de 2022

Pedinte

Pedinte

(Wlaumir Souza)

O concreto por cama

O vento em cobertor

O luzeiro como abajur

O estelar na bebedeira

O fósforo em meio á indiferença

O humano em chamas de excludência

O burguês fingindo audiência

O caixão de papelão

O torrão da indigência

O silêncio da complacência

O benefício da classe

O condenado pela hierarquia



segunda-feira, 3 de outubro de 2022

domingo, 25 de setembro de 2022

Traição

 

Traição

(Wlaumir Souza)

No registro da escrita

O não dito

O mau dito

Maldito

Mal maligno

Oco percorrido

Traçado em linhas destemidas

O fiel da balança traída

O verbo corrigido

Torturado na penumbra

Acoimado de desgraçado

Tudo percorrido

Resta apenas o não dito



segunda-feira, 19 de setembro de 2022

Tinha

 

Tinha

(Wlaumir Souza)

A felicidade

Simples

A saudade

Complexa

Elaborou

De forma exata

Troca de olhares

Pupilas dilatadas

Beijo correspondido

Estalo de alegria



segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Nostalgia

 

Nostalgia

(Wlaumir Souza)

Um dia

O futuro presenteou

Com o regalo da presença

 

Quisera que ainda fosse

Ausência

 

Diante de tantas pedras

No caminhar

Recolheu todas

Reconheceu o sentido

De cada uma e única

Narrou a história

Em alto e bom tom

 

E se foi

Livre do passado

Aberto ao futuro

Tudo no presente

De uma calçada de pedras encantadas

Pela simbologia da vida

Da paz e da esperança



segunda-feira, 5 de setembro de 2022

Lancinante

 Lancinante

(Wlaumir Souza)

 

Amei-te

Sempre

Como me é possível

Amar-te

No Presente

 

O passado e o futuro

Ingentes

Me assombram e assolam

Com lembranças e esperanças

Resta e fica o Hoje

Como real  imaginário

Inaudito

Repleto de sonhos e desejos

De um compasso sem fim

De esperança



domingo, 28 de agosto de 2022

Estufa

 

Estufa

(Wlaumir Souza)

Calor Senegalês

Outrora o da Colônia

 

Ardor  Amazônico

No Mato Grosso

 

Queimadura abrandada

Efeito do lucro

 

Segue o Aquecimento

Torrando vidas

Rendendo fortunas vis

Vivas a sinecura

Travestido de honestidade

A derrubada em massa

Assola o planeta

Solitário de viventes

De árvores e de aves

De rios e de peixes


segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Inquisição

 Inquisição

(Wlaumir Souza)

Caro leitor

Estou aqui como escrevedor

Em prosa poética

Para lhe inquerir

Qual nome vem à sua mente

E ao seu coração

Quando lhe pergunto

O que é o amor

Quando o verbo passa a sujeito

O que lhe invoca os sentimentos e pensamentos

Confesso que o meu amor

Tem nome e sobrenome

Só não teve redação

Sigo assim escrevedor

Sem ponto de exclamação

Apenas interrogação

Enquanto tatos outros

Aqui e além

Vivem as reticências



domingo, 7 de agosto de 2022

ARE em festa de vinte anos

 

ARE em festa de vinte anos 

(Wlaumir Souza)

 

As Academias reunidas

Num festival de motivos

Versavam sobre

Letras

Artes

Tudo de que enobrece o humano

Faltava a flor do cidadão

Faltava a fonte da civilização

Que a todos transforma

Que a tudo ilumina

Que letras e artes produz

Do cadinho das Academias

Saíram três letras

ARE

Repletas de significados

Academia Ribeirão-pretana de Letras

Nasceu em pleno início do Século XXI

Toda contemporânea

Versou sobre o sabor da dodiscência

Numa relação dialética de pluralidades mil

Diversidades sonhadoras

De todos Educar pelo servir

Educando-se a si mesma

Pôs-se a aprender

Primeiro para Ribeirão Preto

E nos seus vinte anos

Hoje comemorados

Serve também á Região Metropolitana

Vivas à Academia

Vivas à Educação

Vivas aos confrades e confreiras

Deste nobre sodalício

Que venham mais vinte anos

Que venha o século

Nesta nobre cidade de Ribeirão Preto



domingo, 17 de julho de 2022

Ditosos

 

Ditosos

(Wlaumir Souza)

De todas as  graças a mais perfeita

Amor

 

Entre todas as lições de amor a mais intensa

Desapego

 

Privilegiados mesmo são os que escolhem

Escolhidos

 

Em meio a um oceano cósmico de existências estelares

Se olham

Se vêm

Se enxergam

Se entregam

E sorriem  juntos para a vida



segunda-feira, 11 de julho de 2022

Solidão

 

Solidão

(Wlaumir Souza)

Uns vêm

Outros veem

Raros são

Seguimos na estrada

Da busca eterna

De uma inalcançável completude

Quer fantasiada de amor ou felicidade

A vida em porvir

É um devir sem fim

De partidas e econtros

Uns seguem

Outros adormecem

Uns vêm

Outros veem

Raros são



sábado, 18 de junho de 2022

Filme “Jurassic word”: uma análise do ponto de referência étnico-racial

 

Filme “Jurassic word”: uma análise do ponto de referência étnico-racial

(Wlaumir Souza)

                Cresci vendo, nos filmes, a morte sistemática de pretos e pardos ( que juntos formam os negros). Não me lembro de produções que os negros terminassem felizes e vitoriosos com os abraços do par amoroso. Pelo contrário, tendiam a morrer – assassinados das mais diferentes formas – bem antes  do final do filme.

                 As mensagens eram claras: 1- Os brancos são os heróis, 2 – Os brancos têm famílias felizes no início e no final da história, 3 – Os negros não sobrevivem por muito tempo, 4 – Negros não são heróis ou vencedores, 4- Negros não têm final feliz em família.

                 Não poucas vezes, na sala de casa, falávamos – Vamos ver até quando o negro do filme sobrevive. Sabíamos de antemão que a vida do negro não seria relevante para toda a história.

                Este tipo de produção fílmica legitimava, “discretamente”, uma séria de estereótipos e preconceitos que nas ruas se traduziam em discriminação, racismo, e os traços de nazismo e fascismo “aceitáveis” pela sociedade branca, heterossexual e cristã.

                Jurasssic Word vem com um vento de esperança incompleto, contra esta tendência que ainda sobrevive em uma série de produções – do filme à novela, das tirinhas de gibi aos livros. Traz uma nova representação dos negros. Eles sobrevivem até o final da tramas. Mas, ainda não têm uma família feliz para compor ou para a qual retornar.

                É um início. Mas, ainda falta muito para uma representação adequada do universo negro.

                Seria de se esperar mais de um filme que aborda a questão de um planeta em sua diversidade de vidas e existências. Mas, é um bom começo, ainda que tardio, de uma nova era de produção fílmica. Pois, apesar de tudo, os negros são retratados com competências e habilidades admiráveis.

               Transportando para o plano da “realidade” as tramas onde os negros morriam antes do final justificavam uma sociedade que não via negros velhos pelas ruas, elevando ao absurdo do social, justificava a carnificina que se faz no cotidiano pelas forças repressoras do Estado.

                Mas, ainda fica um vazio. Se os negros não têm famílias para retornar, amores para viver, ainda se justifica a solidão negra, sobretudo da mulher negra. Não à toa que o militar negro que sobrevive ao ataque dos dinossauros teve amores, e a mulher negra lésbica é silenciada sobre esta história dos amores.

                Diga-me o que vês na arte que te direi qual o real que consegues ler e interpretar.



 

domingo, 12 de junho de 2022

Polo

Polo

(Wlaumir Souza)

Preconceito nos separa

Antítese

Desejo que nos atrai

Traídos

Distraídos

Distendidos

Na esquina da vida

Pela discriminação impingida

Segue a fantasia como realização

Fantasia do cheiro

Fantasia do toque

Fantasia do para sempre

Gozo inaudito

De repetir o de sempre

Não

 


 

segunda-feira, 6 de junho de 2022

Tic-tac

 Tic-tac

(Wlaumir Souza)

O tempo

É um deus devorador

Devora sonhos e esperanças

De bons e maus

Contrário a inflexibilidade

Segue dando novas oportunidades

A sonhadores e esperançosos

A Cada um e a todos e todas

Segue a cada dia dizendo

Acorda

Segue

Emende-se ou remende-se

Agarre seu desejo

E vá e se transforme

Numa dialética

Entre oportunidade e devorar

É o deus tempo o mais contraditório

Ao lidar com a liberdade

De ser e estar

Num contínuo infindo

É o deus menos lembrado

É na culpa o mais cultuado

Se tivesse feito assim

Se tivesse dito assim

Seguem as portas e janelas abertas

Salta na liberdade

E escolha no seu tempo

Tic-Tac



domingo, 29 de maio de 2022

Democracia

 

Democracia

(Wlaumir Souza)

 

Liberdade

 

Sou cativo

De mim mesmo

 

Do eu profundo

Afundado em nós

Sociais ou políticos

Quimera do sonhos culturais

 

Foste forjada na Filosofia

Vivida no Parlamento

E aclamada pelas multidões

 

Vai segue adiante

Dilatando seu alcance

Escandalizando a gente burguesa

Que outro te proclamava

Em alto e bom som

Com armas em punho

Nas Revoluções Constitucionalistas

 

Agora se travestiram de conservadores

Da ordem de exclusão

Da desordem da exploração

Da dialética da escravidão assalariada

 

Clama Democria

Por seus pares

O sufrágio universal

Os Direitos Humanos

O fim do essencialismo

Tão fundador e mantenedor

Da ordem dos desiguais

 



 

domingo, 15 de maio de 2022

Obsessão

 

Obsessão

(Wlaumir Souza)

O capitalismo e o capital

Unidos na produção

De coisas e obsessivos

Produz sem parar

Em série ou aparentemente exclusivo

Quer todos consumindo

Dia e noite

Enquanto se estiver acordado

Mesmo dormindo

Faz com que nada satisfaça

Sempre mudando a oferta e demanda

Faz brilhar os olhos

Como se fosse uma religião

Onde o Deus muda todo dia

A cada hora

A cada instante

A fração de satisfação não se detém

Não se mantém

O vazio é eterno

O vício grita

Passando de objeto em objeto

Não cessa na busca

De eterna insatisfação

Consome tudo

De gentes ao planeta

Consome tudo

Até as forças dos corpos

Que fabricam ou consomem

Num adoecer sem fim

Que se maquia em consumir

Sem sessar

Sem satisfazer

Sem sentir

Sem sabor

Sem sentido

Numa sucessão de objetos

Nada fálicos

Nada de nada

Na existência nadificante

De eterno consumir-se consumindo

Num sintoma sem fim da obsessão coletiva

Do capital e do capitalismo



segunda-feira, 9 de maio de 2022

Canô

 

Canô

(Wlaumir Souza)


Mãe

Não tem tradução

 

Midiáticas

Conhecidas dos filhos

 

Dona de tudo

Do passado

Do presente

 

O futuro em aberto



domingo, 24 de abril de 2022

Escolha

 

Escolha

(Wlaumir Souza)

No planeta Contemporâneo

Tudo é urgente

Urge na lógica do lucro

Impõe na métrica do capital

Fórmulas de autoajuda e autoestima

São construções publicitárias

Que substituem os milagres

De produzir cada vez mais

Faça tudo como se fosse a primeira vez

Faça tudo como se fosse a última vez

Escolha e faça e cumpra a ordem do produto

O que você prefere

A subjetividade é da mercadoria

Você é o fosse no presente do passado

Desígnio

A alegria da primeira vez

A tristeza da despedida

Ouse

O encanto da descoberta

O tédio da repetição

Eleja

A perda da pureza

O mecanismo de repetição

Escolha

Viver

Morrer

Mas produza

Reproduza o capital

O ser fosse desapareceu



segunda-feira, 18 de abril de 2022

Encontro

 Encontro

(Wlaumir Souza)

O Universo arquitetou o momento

As Galáxias planejaram o encontro

O abraço enlaçou nossos corações

Foi assim simples e direto

Uma troca de olhares visionários profundos

Duas frases ditas

E nossos corpos se juntaram num abraço

Coração a coração

Os dois no mesmo compasso ritmado

Em valsas de cantos de amor

Vivemos plenos

Um no amplexo do outro

Foi mágico

É encanto

Completamente amor

As fagulhas do Universo se realizaram

 

 


segunda-feira, 11 de abril de 2022

Rejeitados

 

Rejeitados

(Wlaumir Souza)

 

Passaram-se os dias

Transcorreram os meses

Findaram os anos

Depois

Quando o destino não mais resistia

Se reencontraram

Trocaram olhares e abraços

Lágrimas rolaram

E num silêncio cumplice

Sentiram as amarras das margens

Dos mares de lágrimas

Experimentaram a violência das margens

Da sociedade que viviam

Notaram o peso do não

E do consentimento a tudo que não eram

Tudo por um contexto

Que não ressurge mais

Nem das lágrimas                                                          

Dos olhares

E dos silêncios

Seguiram adianta em silêncio

Repetindo o mesmo erro

Das margens da história do passado-presente



 

domingo, 3 de abril de 2022

ANÁTEMA

 

ANÁTEMA

(Wlaumir Souza)

Muitos daqueles morreram

Destes também

 

Que bom

 

Minha esperança insiste acesa

De que em breve

Morram daqueles muitos

Também destes

 

Eu




segunda-feira, 28 de março de 2022

Análise

 

Anállise

(Wlaumir Souza)

Considerava suas ideias

Todas fora do lugar

Olhava e ouvia o mundo

Sentia tudo no avesso e no contra tempo

Seguiu décadas assim

Meio triste

Meio cabisbaixo

Até que um dia leu um livro

Se encontrou

Em letras e versos

Bem tramados em conceitos

Existencialistas

Críticos

Se viu em casa

Pela primeira vez

Abandonou os dogmas

De que nada servia

Para além de conflitos

Entre o humano e a ditadura do ser

Trocou de biblioteca e referências

Seguiu livre

Por um mundo onde

Não havia escola

Ainda

O adverso se tornou potência

De uma humanidade humana

As ideias fora do lugar

Demonstraram-se um lugar fora das ideias

 


 

domingo, 20 de março de 2022

Anos Novos

 

Anos Novos

(Wlaumir Souza)

O Ano Novo é uma festa multicores

De todos os lados do planeta

Ecoam festas e solidarizações

Abraços e promessas

Esperanças e mistificações

 

Mais que um Ano Novo

A festança é tão boa

De enganar os tempos retilíneos de multiversos

Que no planeta azul

Se faz mais de um por ano

O Ano Novo Judaico

O Ano Novo Cristão

O Ano Novo Chinês

O Ano Novo Rasa Cruz

O Ano Novo Cósmico

 

São tantos e felizes

Que entre um ritual e outro

Muitos se perdem

Outro tanto se encontra

 

Meu amor – o silêncio – e eu

Elegemos comemorar todos

Pirraça feliz de quem vive feliz

Revelando que no ciclo da vida

Certeza só da vida e da morte

 


segunda-feira, 14 de março de 2022

Bordejo

 

Bordejo

(Wlaumir Souza)

(Dedicado a Elis Gunella)

 

Depois da vida rasgar

Remende-se com a linha da esperança

Amparado pelo dedal do amor

Siga firme com a agulha da resiliência

Bordando novas experiências

No tecido da vida

Há sempre espaço

De mais uma paisagem

No amanhecer celestial

De uma nova quimera

Na existência que se refaz

Em meio a tantos bordejos

Que se resignificam

Num lindo pensar