Equinócio
(Wlaumir Souza)
As folhas vibram
Atritam
Reclamam
O vento desliza
O ruivo animado
A presença fina
O casaco pesado,
Em férias
A meia estação
Inspira
É o inverno reclamando
Seus últimos instantes
Se foram.
Equinócio
(Wlaumir Souza)
As folhas vibram
Atritam
Reclamam
O vento desliza
O ruivo animado
A presença fina
O casaco pesado,
Em férias
A meia estação
Inspira
É o inverno reclamando
Seus últimos instantes
Se foram.
Epitáfio
(Wlaumir Souza)
No dia em que partir
Quero que seja definitivo!
Novas encadernações
Apenas se forem garantidas as páginas com ...
As amizades com ;
. apenas no ódio e na desilusão.
No dia em que o meu corpo se estilhaçar
Quero um milésimo de silêncio – e nenhum mais
Seguido de beijos mil
Assim todos saberão – o que provei e o que perdi!
Seria possível que houvesse tantos beijos
Quanto abraços ternos
Ao anoitecer não me procurem nas estrelas
Não estarei lá!
Estarei trabalhando em favor dos nãos que recebi
Quanto aos sins, foram recíprocos.
Queria poder dizer
Que disse sim a tod@s.
Infelizmente
Não foi possível.
Do que vês
(Wlaumir Souza)
Pergunto
Com quantas mentiras somos capazes de viver
De quantas somos capazes de sobreviver
Diga!
O embuste mais grave...
O que fazemos a nós mesmos
O que entregamos aos outros
Pense...
De todos os engodos
Algum nos tornou o que somos
Outros nos travestiram
O que veem em nós
Somos o que
No real tem algo de fidedigno
Tornamo-nos apócrifos de nós mesmos
Escrito por outros!
Lidos por desconhecidos!
Tramados por enganos!
Engodos no existir...
Somam ou subtraem nossa existência
Qual o espólio que interessa?
A verdade que nos torna o que somos?
A vida como ela é: teatro de circuncisões?
Dás
(Wlaumir Souza)
De todas as que mais me incomodam
São as humanas
Vividas
Não percebidas
Vívidas
Sentidas
No passado sem respostas
O presente incompreendido
Retrocesso insoluto
Mazelas
Vencestes
Arrogante nem mesmo prêmio almejou
O humano abandonado
Raiar
(Wlaumir Souza)
Janeiro despertou
Com as promessas divinizadoras
De novos tempos
Em presente decorado de azul em dourado
Abre-se com a senha de doze meses
Vê-se na retina da Estação
O presente-futuro de 365 dias
Cada um condecorado com horas de oportunidades
Perfumadas com as flores do Passado
Em Memórias mil
O mimo é novidadeiro
Desenlaça a Esperança
Que flana pela Roda da Fortuna
Dias passarão
Dias virão
Permanecerá o contínuo o Universo
Posto à experiência na Vida
Que segue o ciclo ao redor do Sol
Luz que se ilumina iluminando
Lançando a fecundidade do dizer
Diante de tantos infinitos entes estelares
Viver é o maior presente
Viver é o maior privilégio
Enlaçado pelos códigos secretos
Segue Janeiro semeando
Mais
Muito mais e além