segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Equinócio

Equinócio

(Wlaumir Souza)

As folhas vibram

Atritam

Reclamam

 

O vento desliza

O ruivo animado

A presença fina

 

O casaco pesado,

Em férias

A meia estação

Inspira

 

É o inverno reclamando

Seus últimos instantes

Se foram.

 


domingo, 22 de janeiro de 2023

Epitáfio

Epitáfio

(Wlaumir Souza)

No dia em que partir

Quero que seja definitivo!

 

Novas encadernações

Apenas se forem garantidas as páginas com  ...

 

As amizades com ;

. apenas no ódio e na desilusão.

 

No dia em que o meu corpo se estilhaçar

Quero um milésimo de silêncio – e nenhum mais

Seguido de beijos mil

Assim todos saberão – o que provei e o que perdi!

Seria possível que houvesse tantos beijos

Quanto abraços ternos

 

Ao anoitecer não me procurem nas estrelas

Não estarei lá!

Estarei trabalhando em favor dos nãos que recebi

Quanto aos sins, foram recíprocos.

 

Queria poder dizer

Que disse sim a tod@s.

Infelizmente

Não foi possível.



domingo, 15 de janeiro de 2023

Do que vês

 Do que vês

(Wlaumir Souza)

Pergunto

Com quantas mentiras somos capazes de viver

De quantas somos capazes de sobreviver

 

Diga!

O embuste mais grave...

O que fazemos a nós mesmos

O que entregamos aos outros

 

Pense...

De todos os engodos

Algum nos tornou o que somos

Outros nos travestiram

O que veem em nós

 

Somos o que

 

No real tem algo de fidedigno

Tornamo-nos apócrifos de nós mesmos

Escrito por outros!

Lidos por desconhecidos!

Tramados por enganos!

 

Engodos no existir...

Somam ou subtraem nossa existência

Qual o espólio que interessa?

A verdade que nos torna o que somos?

A vida como ela é: teatro de circuncisões?



segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Dás

 Dás

(Wlaumir Souza)

De todas as que mais me incomodam

São as humanas

 

Vividas

Não percebidas

Vívidas

Sentidas

 

No passado sem respostas

O presente incompreendido

Retrocesso insoluto

 

Mazelas

Vencestes

Arrogante nem mesmo prêmio almejou

O humano abandonado



 

 

domingo, 1 de janeiro de 2023

Raiar

 

Raiar

(Wlaumir Souza)

Janeiro despertou

Com as promessas divinizadoras

De novos tempos

Em presente decorado de azul em dourado

Abre-se com a senha de doze meses

Vê-se na retina da Estação

O presente-futuro de 365 dias

Cada um condecorado com horas de oportunidades

Perfumadas com as flores do Passado

Em Memórias mil

O mimo é novidadeiro

Desenlaça a Esperança

Que flana pela Roda da Fortuna

Dias passarão

Dias virão

Permanecerá o contínuo o Universo

Posto à experiência na Vida

Que segue o ciclo ao redor do Sol

Luz que se ilumina iluminando

Lançando a fecundidade do dizer

Diante de tantos infinitos entes estelares

Viver é o maior presente

Viver é o maior privilégio

Enlaçado pelos códigos secretos

Segue Janeiro semeando

Mais 

Muito mais e além