segunda-feira, 28 de agosto de 2023

PIANÍSSIMO

 PIANÍSSIMO

(Wlaumir Souza)

Na primeira estação a vida

Sonhava com labirintos de partituras

Fui guiado por suas mãos

Em tons e semitons

Em falas de coloridos acordes

De escala em escala

Solfejando pela vida

Por vezes em mi menor ou maior

Presente ala representava

Mesmo que ralentando a presença

Doce e terna otimista mestra

Que mesmo nos encontros estacados

Quem a conhece se encanta pela melodia

De vida-arte sobrevida

Sua estatura poucos alcançam

Em partituras de saber

Muitos sonham com ela

Piano

Piano

Num abraço

De orquestra sinfoniando a existência

Rege a ópera da amizade

Como ninguém

Não quero a pausa

Desejo as sonoridades únicas

Sob a sua regência sem fim

Seguimos em trinados

Diante do século XX e XXI

Entre o alegro e o vivace

Dançando um rondó infinito

 


 

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

EXÉQUIAS

 EXÉQUIAS

(Wlaumir Souza)

A  religião alardeia o infinito

Competindo com os Cosmos

Deus apresente a finitude

A morte

Ponto final ou de exclamação

Permanece a interrogação

Do que sonha e crê

Do que deseja e teme

Corta a carne de quem fica

Em pesar e dor

Para iluminar a presença do ausente

Saudade é o que impera

Uma penumbra do Universo interno

Se ilumina em pranto

No encerrar das existências

Tão longas no viver

Tão breves no esmaecer de perecer

No limiar entre o dito-vivido

E o silêncio profundo

Da Paz Profunda sem fim



segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Finitude

 Fim

(Wlaumir Souza)

 

Chegou a sexta-feira

Tão rápida e líquida

Passou o Ano Novo Gregoriano

Vão se anos

Onde aportará já ao sei

Lá se vai  meu natalício

Mais de meio século percorrido

Olho para trás e não vejo o tempo

Miro o futuro e parece infinito

Não o meu

Posto que um dia finda

O das gerações

Da vida pedindo mais vida

Sigo esse conselho

E me iludo com a eternidade do hoje

Visto que o amanhã é sempre amanhã

E nunca achega-se ao raior do sol

Vivas ao desaniversário