domingo, 19 de setembro de 2021

Príncipe das Águas...

 Príncipe das Águas...


(Wlaumir Souza)


Destino

Cel. Bandido

Deste-me o que ver

Não o que ter

 

Pretensioso acaso planejado

Os gregos foram teus escravos

Do drama com fortuna de livramento

Vejo-me no enredo

 


Arremedo

Na tragédia

Remendo

Âncora que me liberta

 

Destino

A poeira da história vos encobre

Liberdade

Brande com a ilusão

- O destino? Foi sepultado!

domingo, 12 de setembro de 2021

Memento

 Memento

(Wlaumir Souza)

No contrato da vida

Na última linha

Em letras em caixa alta e negrito e itálico e grifado

Está previsto o fenecimento

 

Muitos temem a morte

E se esquecem do morrer

Morrer com leveza

È privilégio de poucas

Com dignidade é quase a confirmação

De que existem milagres

 


O morrer em dor

O morrer dormindo

O morrer ao relento

O morrer em casa

O morrer hospitalar

O morrer síncope

O morrer se desdobra na existência humana

Em seus infinitos cultivos de poentes e de inexistências

 

Mais que o morrer

O que é reverberado

É o morto

Mais que temor à morte

Além do tremor do morrer

O morto nos espanta

Enquanto a tantos outros admira

 

Para onde foi o que vivia

Para onde segue sua existência

Para onde vai sua memória

Para onde ruma os seus ditos

Com quem fica sua eternidade

O que nos ensina a finitude

 

A morte

O Morrer

O morto

Nas lembranças da coletividade a eternidade

Na última lembrança

De um sobrevivente ao contrato da vida

O morrer e o morto e a morte assombram

O sem fim das existências contidas no tempo de agora