segunda-feira, 28 de março de 2022

Análise

 

Anállise

(Wlaumir Souza)

Considerava suas ideias

Todas fora do lugar

Olhava e ouvia o mundo

Sentia tudo no avesso e no contra tempo

Seguiu décadas assim

Meio triste

Meio cabisbaixo

Até que um dia leu um livro

Se encontrou

Em letras e versos

Bem tramados em conceitos

Existencialistas

Críticos

Se viu em casa

Pela primeira vez

Abandonou os dogmas

De que nada servia

Para além de conflitos

Entre o humano e a ditadura do ser

Trocou de biblioteca e referências

Seguiu livre

Por um mundo onde

Não havia escola

Ainda

O adverso se tornou potência

De uma humanidade humana

As ideias fora do lugar

Demonstraram-se um lugar fora das ideias

 


 

domingo, 20 de março de 2022

Anos Novos

 

Anos Novos

(Wlaumir Souza)

O Ano Novo é uma festa multicores

De todos os lados do planeta

Ecoam festas e solidarizações

Abraços e promessas

Esperanças e mistificações

 

Mais que um Ano Novo

A festança é tão boa

De enganar os tempos retilíneos de multiversos

Que no planeta azul

Se faz mais de um por ano

O Ano Novo Judaico

O Ano Novo Cristão

O Ano Novo Chinês

O Ano Novo Rasa Cruz

O Ano Novo Cósmico

 

São tantos e felizes

Que entre um ritual e outro

Muitos se perdem

Outro tanto se encontra

 

Meu amor – o silêncio – e eu

Elegemos comemorar todos

Pirraça feliz de quem vive feliz

Revelando que no ciclo da vida

Certeza só da vida e da morte

 


segunda-feira, 14 de março de 2022

Bordejo

 

Bordejo

(Wlaumir Souza)

(Dedicado a Elis Gunella)

 

Depois da vida rasgar

Remende-se com a linha da esperança

Amparado pelo dedal do amor

Siga firme com a agulha da resiliência

Bordando novas experiências

No tecido da vida

Há sempre espaço

De mais uma paisagem

No amanhecer celestial

De uma nova quimera

Na existência que se refaz

Em meio a tantos bordejos

Que se resignificam

Num lindo pensar