Dentre os tantos temas e abordagens políticos, econômicos e
sociais que separam o projeto de Bolsonaro e de Lula para o Brasil está o
modelo de inserção internacional de nosso país e nação na globalização.
Enquanto o projeto da esquerda l tinha como meta uma
inserção igualitária no plano internacional,
a ideia de Bolsonaro é de se fixar como país dependente do apoio das
grandes potências para sobreviver até o final do mandato, se tanto.
O lulopetismo tinha um projeto de investimento em educação superior de qualidade associado
ao modelo de pesquisa ,com bolsas no estrangeiro, para viabilizar a tomada de
conhecimento avançado dos grandes e médios centros de pesquisa internacionais
para garantir os avanços da soberania nacional.
O Bolsonarismo, por outro lado, vê na ciência um agente a se
combater por seu modo crítico de pensar e produzir novas interpretações da
realidade. Para além disto, desmonta o ensino superior de qualidade por meio de
cortes de verbas. Soma-se a isto críticas incautas, para dizer o mínimo, do
fenômeno de fake News, que permanece como mote de sobrevivência eleitoral, no
que diz respeito aos Campi universitários.
Assim, enquanto um se apoiava no avanço da ciência via
educação superior; o outro, quer se manter no poder baseado em um moralismo
barato que nada acrescenta de positivo aos avanços do projeto iluminista ou
humanista sancionado majoritariamente pelo Ocidente e pelos países centrais do
capitalismo ocidental.
A enquanto para um a meta é inserção autônoma, para o outro
a inserção subalterna é a resposta. Esta tendência se ancora não apenas na
matriz de exportação agrária, característica do Brasil desde a Colônia – e
agora chamada de agronegócio – mas, também, no patriarcado – combatido pela
maioria das universidades via teoria de gênero – na religião, que se encontra
cada vez mais limitada em seu discurso mágico face aos avanços da ciência para
as camadas mais altas e único refúgio ao desespero dos mais pobres face ao desmonte
das políticas; e no velho e bom patrimonialismo, via militares e judiciário,
para garantir a ordem exploradora.
Para garantir a inserção subalterna, portanto, é necessária
a alta do dólar, a redução da educação para o nível técnico, com salários e
direitos trabalhistas baixos para assegurar a exploração das massas brasileiras
pela potências internacionais, ou seja, redução do valor do salário do
brasileiro no contexto global.
Destarte, mais do que ganhos para o brasileiro médio, o que
se acena é com a redução do valor agregado da mão de obra brasileira para
garantir, via subserviência, a exploração maciça do povo brasileiro.
Na outra frente deste
projeto, está a classe média, não aquela que recebe menos de dez mil reais por
mês; mas, aquela que economiza milhões e se põe como intermediária entre o
capital internacional e o nacional e há muito deu as cotas as frações inferiores
com as quais tem de interagir no cotidiano do trabalho.
Com isso, o velho e bom papel da religião para garantir a
subserviência, onde ver a dor , sofrimento, doença e miséria como provas a se
resignar torna-se, não apenas necessária, como urgente.
Mas, os títeres desse projeto sabem que a mão Divina pode
não ser o suficiente para segurar as massas que podem, em um sobressalto de
wattsapp, invadir as ruas diante da fome que se aproxima. Diante disto faz
mister a ameaça do chicote via AI-5 tanto pelo pimpolhos do Presidente como por
parte do Ministro da Economia, o maios responsável pela inserção subalterna,
como do Presidente que o faz “brincando” com fogo.
Todavia, o Presidente dos EEUU quer mais que isto. E, para
tanto, não medirá esforços para fazer do Brasil uma colônia sem direitos
alguns, quer para o pobres ou para a classe intermediária. Bangladesh que se
cuide, Bolsonaro quer para o povo o seu lugar na economia global para sustentar
um crescimento pífio baseado na exportação, no baixo salário, ausência de
direitos trabalhistas e sociais, e quiçá, políticos.