domingo, 29 de maio de 2022

Democracia

 

Democracia

(Wlaumir Souza)

 

Liberdade

 

Sou cativo

De mim mesmo

 

Do eu profundo

Afundado em nós

Sociais ou políticos

Quimera do sonhos culturais

 

Foste forjada na Filosofia

Vivida no Parlamento

E aclamada pelas multidões

 

Vai segue adiante

Dilatando seu alcance

Escandalizando a gente burguesa

Que outro te proclamava

Em alto e bom som

Com armas em punho

Nas Revoluções Constitucionalistas

 

Agora se travestiram de conservadores

Da ordem de exclusão

Da desordem da exploração

Da dialética da escravidão assalariada

 

Clama Democria

Por seus pares

O sufrágio universal

Os Direitos Humanos

O fim do essencialismo

Tão fundador e mantenedor

Da ordem dos desiguais

 



 

domingo, 15 de maio de 2022

Obsessão

 

Obsessão

(Wlaumir Souza)

O capitalismo e o capital

Unidos na produção

De coisas e obsessivos

Produz sem parar

Em série ou aparentemente exclusivo

Quer todos consumindo

Dia e noite

Enquanto se estiver acordado

Mesmo dormindo

Faz com que nada satisfaça

Sempre mudando a oferta e demanda

Faz brilhar os olhos

Como se fosse uma religião

Onde o Deus muda todo dia

A cada hora

A cada instante

A fração de satisfação não se detém

Não se mantém

O vazio é eterno

O vício grita

Passando de objeto em objeto

Não cessa na busca

De eterna insatisfação

Consome tudo

De gentes ao planeta

Consome tudo

Até as forças dos corpos

Que fabricam ou consomem

Num adoecer sem fim

Que se maquia em consumir

Sem sessar

Sem satisfazer

Sem sentir

Sem sabor

Sem sentido

Numa sucessão de objetos

Nada fálicos

Nada de nada

Na existência nadificante

De eterno consumir-se consumindo

Num sintoma sem fim da obsessão coletiva

Do capital e do capitalismo



segunda-feira, 9 de maio de 2022

Canô

 

Canô

(Wlaumir Souza)


Mãe

Não tem tradução

 

Midiáticas

Conhecidas dos filhos

 

Dona de tudo

Do passado

Do presente

 

O futuro em aberto