sábado, 1 de fevereiro de 2014

Big Brother Brasil – BBB – ou a pesquisa de opinião plim plim.

Wlaumir Souza.
A cada ano vêem-se mais pessoas postando contra o BBB nas redes sociais. Por outro lado, o programa segue com audiência significativa e participação suficiente de público votante, e pagante por consagrar os que ficam até o final, a ponto de o lucro ser infinitamente maior que os gastos. Isto sem contar os anúncios comerciais.
BBB é lucro certo nas terras do Brasil e está na décima quarta edição. Mais que o lucro imediato, a Rede Globo tem como alvo a pesquisa de opinião a domicílio por amostragem dividida em macrorregiões e microrregiões onde o investigado paga a conta da demanda e do programa. Melhor impossível.
A seleção das personalidades – não no sentido de pessoa notável, mas, muito antes, de estereótipos e tipos – que viabilizem entender os desejos de consumo no mundo do entretenimento, da política, dos costumes, da moral, da convivência, da fantasia, do espetáculo e da balburdia.
Assim como as principais belezas das estrelas Hollywoodianas são resultados de números geometricamente testados ao longo da propaganda e do marketing, o BBB possibilita pensar como serão as tramas de novelas, minisséries e programas os mais diversos para a sociedade do espetáculo bem ao gosto do cliente e dos financiadores do sistema brasileiro que querem lucro certo.

Os estereótipos de sucesso – da cor da pele ao tipo de musculatura e de cabelo; d@ bo@-moç@ ou da vilania; da traição ou fidelidade; da pobreza ou da ostentação; do gay ou do hétero ou do discreto ou do explícito; tudo colabora para dizer a cada votação como poderia ser o entretenimento televisivo e comercial para melhor se atingir o público consumidor.
Psicólogos, sociólogos, historiadores e outros profissionais de ponta, trabalham nos bastidores do Plim Plim ou de agências conexas – ou mesmo de modo autônomo – a partir dos dados de cada votação em favor ou contra determinado comportamento, fala ou postura, para produzir mercadorias materiais e imateriais que alcancem os desejos mais íntimos.
Assim, num misto de TV com mídias sociais, onde todos se sentem livres de controles ao mesmo tempo que parte de uma tribo unida pelo voto pago nos candidatos vencedores, paga-se a conta da pesquisa de mercado editorial do espetáculo com visibilidade do emitente. Para além disto, garante-se material suficiente para se planejar um ano de TV com público garantido.

Os personagens da TV, assim, passam a se inspirar no BBB. Se @s vilões(ãs)  são os mais votados, se @s mocinh@s, se os loiros ou morenos ou negros... tudo isto conta para se garantir o lucro do espetáculo que de gratuito não tem nada.

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