Uma das
características do neoliberalismo é a polarização social. Neste quesito Brasil
e EUA estão igualados pelas últimas eleições presidenciais. Tanto em um como em
outro País o neoliberalismo conseguiu recriar o medo da insuficiência de
recursos para todos da nação. Não que isto tenha desaparecido do planeta que
produz mais do que suficiente para não haver fome e miséria, mas, se acentuou a
diferença e a distância entre as camadas sociais.
O Estado de
liberalismo neoclássico que intervinha e tinha no Estado um dos produtores de
classe média entra em declínio e, pior que isto, a ideia de redistribuição de
renda via serviços públicos passa a ser propalado não como investimento, mas,
antes e, sobretudo, como gasto. Neste ponto resta a classe média a desesperação
do desamparo uma vez que, sobretudo no Brasil, os salários são insuficientes
para a manutenção da posição de camada intermediária no mercado de trabalho
privado.
Neste ponto a
metáfora da barata e do inseticida ganha força e aterroriza os brasileiros que
aspiram ser brazileiros.
A ascensão de
Temer ao poder por meio de “golpe jurídico-parlamentar” legitimada pelas massas
que aspiram aos píncaros do consumo, mais do que a cidadania, que saíram às
ruas e militaram pela internet - característica esta que é compatível com o
neoliberalismo que não precisa da democracia para reproduzir-se e, sim, da
liberdade suprema do capital aos limites impostos pelo Estado defensor de sua
nação. – é a outra face da moeda da eleição de Donald Tramp. Enquanto na Terra
Brasilis a baixa qualidade da democracia permite o uso de instituições formais
para retirar presidenta legitimamente sufragada; nos EUA, a eleição a eleição
legítima tende a ser respeitada pelo congresso e judiciário.
Note bem, isto
não quer dizer que Trump poderá fazer tudo o que reverberou durante a campanha.
Em geral, um é o candidato e outro o administrador. Some-se a isto o fato de
que o presidente eleito não detém o apoio amplo do partido pelo qual se
candidatou. Mas, no Brasil isto causou furor nas redes sociais. As camadas
médias foram pegas de surpresa, afinal, faria com elas Tramp o que faz Temer
com as camadas abaixo das medianas?
E, assim, a
metáfora da barata e do chinelo ganha outra conotação. Agora ameaçadora.
Para aqueles
que não conhecem as “piadas” das baratas, vamos a elas. Se chinelo fosse
partido a barata votaria nele. A barata festejando a invenção do inseticida.
Claro a barata
é sempre uma camada abaixo. O problema é quando o inseticida ou chinelo está
camadas acima.
Adeus lúgubre 2016. Que venha 2017 com novas
possibilidades.
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