A sociedade humana tem se
notabilizado pelas formas violentas de exclusão ao longo da história. Temos
mais tempo de solução dos embates pelo uso da força que do diálogo. Temos mais
tempo de abuso de poder do que de Direitos Humanos. Temos mais tempo de
escravidão legal do que defesa da liberdade e da igualdade e da fraternidade
para todos. Temos mais tempo de Direitos do Homem que de Direitos da pessoa (gênero
e de diversidade e pluralidade). E assim segue.
Não
por acaso muitos são incapazes de compreender o mundo atual. Com uma educação
formal de qualidade duvidosa a solução mais fácil para ser o engodo mais a
antigo: o uso da força, do constrangimento, da perseguição, da exclusão social,
da prisão.
No
que diz respeito a exclusão social vários países encontram problemas para
escamotear sua distinção entre cidadãos de primeira, segunda ou sabe-se lá que
fração de classe.
Este o caso da
proibição de menores em Centros de Compras que por definição seriam espaços
privados de uso público. Assistir autoridades jurídicas que deveriam defender a
criança e o adolescente acabam por primar pela defesa do capital excluindo tais
cidadãos de direitos da cidadania - exclusão por classe.
Ler que um
juiz amplia a diferença étnica da comunidade negra – e não só desta – ao negar
ao candomblé o estatuto de religião chamando-a de seita é ápice de um
pensamento positivista, há muito criticado por suas limitações e discriminações,
em favor de um grupo que se pretende dominante e em detrimento dos os outros, os
não brancos, os não cristãos.
Perceber que a
configuração do crime de racismo é letra morta, pois, a maior parte dos juízes
são brancos e aos crimes de etnia e raça atribui o qualitativo de injúria,
fazendo assim que a lei não tenha o efeito necessário e urgente diante de
séculos de escravidão e de abusos diante da cor da pele que não a europeia é vexame
internacional nas terras verdes e amarelas.
Ler
diariamente, na mídia social mais popular do planeta, que além de homens – fato
reiterado no machismo de plantão – mulheres atacam a presidenta exatamente por
ser mulher e atribuir a isto a sua incompetência é a evidência do quanto a
mulher branca das frações dominantes tendem a ser a maior parceira do machismo,
como dizia Heleieth Saffioti, e reproduz uma violência da qual também é vítima
no espaço privado e por vezes público.
E, no topo
desta lista, fica o anseio desmedido de grupos que diante da violência
reiterada da sociedade defende o nazismo, a ditadura e a exclusão como motes à
luz do dia com a conivência cúmplice de instituições regidas por pessoas com
convicções pessoais nada democráticas ou humanitárias.
Temos
muito que trabalhar educando para transformar a visão de mundo excludente em
inclusiva, de discriminadora para plural e diversa, de coação para emancipação.
Enquanto falarmos “deveria” e tivermos dificuldade de expressar o “poderia”...
a liberdade será uma conquista e não um direito, apesar do adiantado da
história.
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