domingo, 25 de outubro de 2015

A crise dos projetos éticos ou o assassinato público da ética

A ética só existe enquanto na teoria e/ou oposição? A situação teria razões de Estado que a cidadania  e a oposição desconhecem? Transparência é um artifício que visa minar os direitos individuais à privacidade e os desvios em cargo público? Os meios de dominação pessoal, o discurso histriônico dos populistas e/ou carismáticos, o formalismo jurídico da dominação racional legal que excluí as frações de classe controladas e garante a quase impunidade das frações de classe dominante, parecem ser o mote dos que se pretendem donos do poder e não representantes democráticos da nação?
Rachel Sheherazade, por exemplo, no uso de suas funções de repórter, em uma das emissoras mais populares do Brasil, disse que a democracia era o governo da maioria para a maioria. O SBT, uma emissora fundada por um dos judeus mais ricos e influentes do País, Silvio Santos, passou assim a legitimar meios antidemocráticos de poder onde as minorias, entre elas a d judaica, a exemplo da Alemanha, como homosseuxuais, Testemunhas de Jeová, portadores de necessidades especiais... poderão ser caçados em nome do direito da maioria?
A democracia, em especial a partir J.J. Rousseau, é o governo eleito pela maioria e que respeita a toda a população, incluso aí, as minorias quer elas sejam o que forem em conformidade aos Direitos Humanos: migrantes, mulheres, negros, homossexuais...
“Pela primeira vez na história do nosso país, na história republicana, a terceira maior autoridade do país, o presidente da Câmara dos Deputados, é um irmão nosso... o deputado Eduardo Cunha”, estas as palavras de Silas Malafaia ao apresentar o Presidente da Câmara dos Deputados. Num discurso que lembra o medieval, queria assegurar que por ser evangélico, estaria garantida a qualidade do representante e por consequência a salvação da nação.
Na sociedade honestos ou desonestos podem ser todo e qualquer ser humano independente das insígnias que se apregoam como superiores: católico, evangélico, espírita ou maçom, homem, branco, heterossexual, casado, pai de família e formado em universidade de excelência.
Se heterossexualidade, professar a uma religião e a crença em Deus, ser casado e pai de família fossem garantias de algo, para além dos emblemas distintivos do poder do macho, teríamos um Congresso Nacional da melhor qualidade e seríamos primeiríssimo mundo visto que a maioria ostenta tais requisitos.
Em meio as disputas entre oposição e situação, liberais e conservadores, progressistas e reacionários, assistimos ao assassinato da ética em praça pública com o uso indevido do bem público e da representação. A República em lágrimas vê diante de si projetos outros que para se legitimarem usam do discurso oco da ética, pois demandam na prática “os fins justificam os meios”, na pior interpretação possível de Machiavel que intentava com esta frase separar Igreja e Estado.

Num primeiro momento, o adormecer das consciências, em meio ao fora PT, identificados como únicos corruptos, não alcançavam mais os escândalos dos opositores que demandavam o impedimento da Presidenta. Numa tentativa de defesa, assistimos a evocação da banalização dos crimes de políticos durante o horário eleitoral, em especial no segundo turno, uma enxurrada de denúncias entre os candidatos,que não saíram do verbo e caíram no espaço oco da indiferença generalizada. 
No tempo atual, assistimos aos avanços judiciais que atingem apenas um partido e pouca o seus contendores. Seria o melhor dos mundos para a oposição se não se vissem em palpos de aranha diante das evidências que vêm da Suiça contra o deputado irmão evangélico terceira autoridade do Brasil que fica restrito ao território nacional por temer ser detido em outras terras.
O que vemos no Brasil é o assassinato da ética como banalização para efetivar-se projetos que se pretendem éticos para grupos específicos e atingindo em retrógrado os Direitos Humanos. Na mesa de negociações o desemprego de milhares, a retirada de direitos das mulheres, o fomento da religião nas escolas em detrimento do saber científico, a invisibilidade dos LGBTTT, 
A população estarrecida vê-se diante do rei nu, despido do falso discurso ético diante da realidade de que o juiz militante não pune aos crimes, mas a certos infratores num arremedo do antigo e tradicional PPP que evidenciam que no Brasil o racismo, a discriminação por classe e idelogoia podem guiar, por vezes e mais vezes, as mãos da justiça, transformada em garras,
Morre a ética e seu falso projeto de governo ético para uma nova ordem diante do fato de que ninguém quer cortar na própria carne. Estarrecido fica o povo como vítima de uma elite deletéria sendo culpado por eleger - mesmo quando não o quer, diante do modelo legal - os acusados de corruptos pelo plantão midiático.






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