Neste embate futebolístico da
denúncia da corrupção de petralhas e tucanalhas todos querem ser honestos vendo
apenas as irregularidades dos outros e não as nossas.
Se desejamos um país melhor temos
de ir para além do partidário, ou seja, de uma parte apenas do país, e
trabalharmos pelo todo. Sem com isto sair da exclusão para entrar no
ditatorial. Necessitamos ir para além do ideológico de direita que acusa apenas
a esquerda a vice-versa.
Sou favorável aos avanços da
“Lava a jato” e, se for o caso, que se faça uma revisão das penas dos
“mensaleiros” do PT em virtude das novas evidências que vierem a ser arroladas.
Mas, também considero urgente que o processo contra os “mensaleiros” tucanos de
MG avance.
Mas, igualmente, sou favorável a
que a corrupção privada em uma de suas formas mais puras, as das denúncias
contra o HSBC, tenham igual acusação pública e investigação. Os corruptores não
podem passar ilesos em nome do discurso neoliberal que arvora as virtudes do
privado em detrimento do público.
Necessitamos avançar para além do
partidário sem entrar no jogo das Igrejas, dos Exércitos e dos militantes que
se dizem uno, não o sendo, e quando o são, executam os outros em nome do “todos
somos um” avessos a pluralidade e a diversidade.
A democracia exige que as virtudes
democráticas e republicanas vão para além deste pueril jogo de cartas marcadas
em favor do meu e contra o teu e que inviabiliza o Brasil que todos queremos.
E, neste ponto, precisamos de um
judiciário que tal qual a mulher que representa a justiça e a liberdade a
francesa supere as carcomidas certezas e não se faça vítima da cooptação do
poder econômico ou cúmplice da corrupção do público passeando em praça pública
com bens confiscados via processo judicial.
Sim, os problemas são mais amplos
e requerem uma maturidade onde não mais sejamos tal qual o burocrata de Estado
preocupado com os privilégios da carreira pública que lhe dá benesses que ao
cidadão comum são negadas e, para garantir estas, esquecem as mazelas do
passado.
Urge que as investigações
pretéritas quanto a Petrobrás sejam feitas, afinal, um dos acusadores
históricos destas mazelas fora o nome de um dos queridinhos da maior emissora
do país, Paulo Francis.
O não retrogradar das denúncias
levará o País ao porto seguro de sempre, o congraçamento das partes em nome da
Estadania e em detrimento da cidadania. Ou, nos piores dos casos, para as
elites da Estadania penas breves devidamente planejadas pelo arcabouço legal no
que diz as condenações dos crimes de elite, para a elite e pela as elites.
Precisamos mais do que na hora da
eleição escolher um candidato por certa ideologia, seja de direita ou de
esquerda, tendo de escamotear seu passado sombrio. E, com isto, banalizando-se
a corrupção da própria orientação ideológica e clamando apenas pela condenação
do outro. Precisamos mais do que escolher entre um tipo de corrupção ideológica
e outra.
O Brasil, terra onde acusa-se o
outro partido em nome de mais do mesmo, afinal, desde a colônia aos membros das
Elites, sobretudos a de Estado é ofertada a segurança acima do judiciário da
estadania – enquanto o povo abre falência em nome dos privilégios dos
banqueiros e dos rentistas que escamoteiam suas fortunas em paraísos fiscais
que são nada fiscalizados.
Que vença a cidadania onde o
público é capaz de pensamento crítico e moral avançado em detrimento dos
particularismos sectários ingênuos e sistemáticamente legitimadores de outro
modelo de opressão ao invés da cidadania plena para todos.
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