Ao capital o regime político de um
país pouco importa desde que as condições sócias e legais viabilizem a reprodução
de si. Todavia, o capitalismo é o regime de preferência por priorizar as
condições institucionais e sócias para o lucro onde não há espetáculo melhor
que a produção em série e o espetáculo do consumo. Mas, apesar da preferência
explicita no próprio nome, isto não quer dizer que países com regimes
políticos-sociais outros não possam com ele comercializar e tratar. A China,
aliás, é um exemplo típico, e será o caminho para o qual Cuba se dirige.
Algumas das marcas/grifes mais
consumidas no mundo são produzidas na China e seus territórios. Isto não é mero
acaso. O “comunismo chinês” não reconheceu os direitos trabalhistas nos moldes
dos direitos humanos, entre outros problemas, nos moldes ocidentais e com isto,
sem leis trabalhistas a exploração pode ir ad infitum. Ou seja, para o capital
melhor modelo não há, distribui-se a pobreza e concentra-se a renda. Seria comunismo
de mercado? (sic).
Assim, o caso do Brasil, e com ele o
da América Latina, enquanto “quintal dos EUA” não é diferente. Os países são
livres para eleger quem bem desejarem desde que não se posicionem contra o
capital ou o capitalismo ou as formas
intensificadas de exploração do trabalho e do trabalhador. Qualquer dúvida
quanto a isto torna a “democracia” inviável para o grande protetor das
liberdades capitalistas humanitárias.
Foi o que ocorreu no dia primeiro de
abril com o golpe militar, ou seria, no dia 31 de março, com a revolução
militar? Aproveite o momento, pois, na “democracia” você pode escolher de que
lado está conceitualmente e do ponto de vista prática. Todavia, mesmo esta liberdade
está sob controle tecnológico nos tempos atuais via redes sociais.
Se você considera que foi uma
revolução ocorrida no dia 31 de março de 1964, você pode se alinhar com
Bolsonaro e seus pares em favor do regime de exceção como regra naciconal. Mas,
não se esqueça a mesma Igreja Católica e seus pares reacionários que se
manifestaram a favor da “intervenção militar” que se transformou em “regime
militar” se arrependeu em pouco tempo e faz o mea culpa até hoje – pelo menos
no espaço público.
Por outro lado, se analisa como sendo
o golpe ocorrido na madrugada do dia primeiro de abril de 1964, observe que os
avanços retrógrados não são poucos. Ficarei apenas no ponto da “patrulha
ideológica” contemporânea em que se transformaram as redes sociais para
empresas e outras instituições, incluso jornalismo, segurança nacional ou
estadual e tudo o que publicares poderá ser usado contra você.
Assim, as empresas capitalistas em
nome dos “recursos humanos” patrulhas as “páginas” de seus funcionários em nome
da ética. Todavia, não fazem campanhas educativas para o melhor uso da
ferramenta para a não proliferação de preconceitos e discriminações. A “patrulha
ideológica” hoje tem outro fim, a questão política e partidária e não poucos já
começaram a ser demitidos por sua posição política e não é devido a defesa da “intervenção
militar” afinal, ao capital só interessa o capital humano enquanto meio de
reprodução e não de questionamento e construção de uma nova ordem social onde o
lema “liberdade, igualdade e fraternidade” coloque em risco a propriedade
privada e, em nome desta, vale tudo, inclusive, infelizmente, o vasculhar das
redes sem se preocupar com o direito a livre manifestação e expressão,
inclusive do voto.
Assim, se você recorda o 31 de março
você também é contra a “China comunista”, para lembra a piada machista típica
da ditadura. Mas, se você lamenta o primeiro de abril, lembre-se, isto não foi
uma mentira como muitos quiseram acreditar.
E, não se esqueça “Entre a revolução e o golpe militar: a escolha é sua na
democracia”, mas, não o é no regime militar.
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