quarta-feira, 1 de abril de 2015

Entre a revolução e o golpe militar: a escolha é sua na democracia.



Ao capital o regime político de um país pouco importa desde que as condições sócias e legais viabilizem a reprodução de si. Todavia, o capitalismo é o regime de preferência por priorizar as condições institucionais e sócias para o lucro onde não há espetáculo melhor que a produção em série e o espetáculo do consumo. Mas, apesar da preferência explicita no próprio nome, isto não quer dizer que países com regimes políticos-sociais outros não possam com ele comercializar e tratar. A China, aliás, é um exemplo típico, e será o caminho para o qual Cuba se dirige.
Algumas das marcas/grifes mais consumidas no mundo são produzidas na China e seus territórios. Isto não é mero acaso. O “comunismo chinês” não reconheceu os direitos trabalhistas nos moldes dos direitos humanos, entre outros problemas, nos moldes ocidentais e com isto, sem leis trabalhistas a exploração pode ir ad infitum. Ou seja, para o capital melhor modelo não há, distribui-se a pobreza e concentra-se a renda. Seria comunismo de mercado? (sic).
Assim, o caso do Brasil, e com ele o da América Latina, enquanto “quintal dos EUA” não é diferente. Os países são livres para eleger quem bem desejarem desde que não se posicionem contra o capital ou o capitalismo ou  as formas intensificadas de exploração do trabalho e do trabalhador. Qualquer dúvida quanto a isto torna a “democracia” inviável para o grande protetor das liberdades capitalistas humanitárias.

Foi o que ocorreu no dia primeiro de abril com o golpe militar, ou seria, no dia 31 de março, com a revolução militar? Aproveite o momento, pois, na “democracia” você pode escolher de que lado está conceitualmente e do ponto de vista prática. Todavia, mesmo esta liberdade está sob controle tecnológico nos tempos atuais via redes sociais.
Se você considera que foi uma revolução ocorrida no dia 31 de março de 1964, você pode se alinhar com Bolsonaro e seus pares em favor do regime de exceção como regra naciconal. Mas, não se esqueça a mesma Igreja Católica e seus pares reacionários que se manifestaram a favor da “intervenção militar” que se transformou em “regime militar” se arrependeu em pouco tempo e faz o mea culpa até hoje – pelo menos no espaço público.
Por outro lado, se analisa como sendo o golpe ocorrido na madrugada do dia primeiro de abril de 1964, observe que os avanços retrógrados não são poucos. Ficarei apenas no ponto da “patrulha ideológica” contemporânea em que se transformaram as redes sociais para empresas e outras instituições, incluso jornalismo, segurança nacional ou estadual e tudo o que publicares poderá ser usado contra você.
Assim, as empresas capitalistas em nome dos “recursos humanos” patrulhas as “páginas” de seus funcionários em nome da ética. Todavia, não fazem campanhas educativas para o melhor uso da ferramenta para a não proliferação de preconceitos e discriminações. A “patrulha ideológica” hoje tem outro fim, a questão política e partidária e não poucos já começaram a ser demitidos por sua posição política e não é devido a defesa da “intervenção militar” afinal, ao capital só interessa o capital humano enquanto meio de reprodução e não de questionamento e construção de uma nova ordem social onde o lema “liberdade, igualdade e fraternidade” coloque em risco a propriedade privada e, em nome desta, vale tudo, inclusive, infelizmente, o vasculhar das redes sem se preocupar com o direito a livre manifestação e expressão, inclusive do voto.
Assim, se você recorda o 31 de março você também é contra a “China comunista”, para lembra a piada machista típica da ditadura. Mas, se você lamenta o primeiro de abril, lembre-se, isto não foi uma mentira como muitos quiseram acreditar.

 E, não se esqueça “Entre a revolução e o golpe militar: a escolha é sua na democracia”, mas, não o é no regime militar.

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