sábado, 19 de outubro de 2013

Quando a vida não imita a arte!

Quando a vida não imita a arte!

Postado em 27 de Outubro de 2011 às 16:10 na categoria Caleidoscópio
Por Wlaumir Doniseti de Souza

wanessa x rafinhawanessa x rafinha


A pior frase do mês possivelmente será esta: “Eu comeria ela e o bebê”. O autor, conhecido pelo diminutivo, demonstra logo a que veio  - infantil e irresponsável na “arte” de insultar. No insulto projetam-se polêmicas construídas como meio de se projetar com mídia gratuita. Tem dado o resultado esperado - uma farta publicação de comentários e uma legião de seguidores ávidos por aquilo que, em uma parte do gênero humano, parece existir em excesso. 



O Sr. Hocsman, de 34 anos, conseguiu, em poucas palavras, atacar boa parte das crenças sociais defendidas por pessoas dos mais diferentes matizes e, aliou, contra si, até os críticos de parte delas, no Brasil, conseguindo o beneplácito apenas dos machões de plantão que tem como alvo principal “afirmar” que as mulheres são todas disponíveis para os seus desejos e no tempo deste.  
Vejamos alguns dos possíveis significados, mais explícitos, da frase: o desejo masculino por relações sexuais com mulher grávida – e neste ponto transa-se com dois ao mesmo tempo - e, para os mais vigilantes, a pedofilia. O segundo sentido foi negado pelo humorista (?) ao lançar, em mídia gratuita on-line, piadas sobre “fraldinha” e outras mais em uma churrascaria. Ficamos, assim, com um aspecto a ser aprofundado, o desejo manifesto pela mulher – mãe/esposa/artista –  e suas implicações.
Ao “flertar “com Wanessa, em público, Rafael superou as fronteiras da família em seus moldes tradicionais.  A reação da emissora veio no formato de “censura” advinda do receio de enfrentar a “mão invisível do mercado”. Esta mão será a do marido influente e “ultrajado’? Assim, se não temos censura estatal, e a gritaria é geral quando se fala em controle social da mídia, não se pode dizer o mesmo do mercado.
Os rumos poderiam ser outros se Wanessa não tivesse, contraditoriamente, se manifestado contrária a sua personagem cantora. A cantora manifesta uma mulher decidida, dona de seu corpo e de seu desejo, livre para decidir suas experiências. Mas, como a vida não imitou a arte, a pessoa Wanessa gritou – via processo –  que em sua vida pessoal sonha com os velhos lemas: boa esposa, boa mãe. Só faltou boa dona de casa.
Assim, a cena total é machista. Rafael, por dizer que ao macho cabe a tudo dominar e penetrar, sem fronteiras. A Wanessa, ao ser enquadrar como boa mãe e boa esposa, renegando publicamente a personagem que representa. Ao marido, por defender sua “honra” de único proprietário do corpo da esposa.  E, pensar, que tudo poderia ser apenas(?) arte(?). 

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